segunda-feira, 16 de agosto de 2010

O que leva a pessoa a fazer esse tipo de modificação corporal?

Os motivos que levam pessoas – grande parte delas com vidas e rotinas tão comuns quanto a nossa – a transformar sua aparência são bastante diversificados. O que todas têm em comum é a certeza de que são donas de seus corpos e, por isso mesmo, podem fazer o que quiser com eles. Mas o que isso nos diz sobre a sociedade em que vivemos? Será que nossos padrões de beleza estão mudando?Há, no entanto, uma diferença fundamental entre quem encara uma cirurgia para conseguir o corpo perfeito e os integrantes do movimento bod-mod. No primeiro grupo, estão pessoas dispostas a se inserir nos padrões impostos pela sociedade. No segundo, pessoas dispostas a desafiá-los. E é essa diferença que faz emergir diversas críticas aos adeptos da body modification.

Em inglês: body modification. Consiste de uma, várias ou muitas alterações feitas deliberadamente no corpo, em caráter permanente ou semi-permanente. São praticadas por razões não médicas, tais como rito de passagem, finalidade estética, manifestação artística, costume tribal, filiação religiosa, forma de auto-expressão etc. As técnicas utilizadas pelos body mods (adeptos dessas modificações) variam de processos que são socialmente aceitáveis, como a tatuagem e a colocação de piercings, até aqueles que deveriam constar de um manual de torturas: amputações, mutilações, queimaduras, escarificações, injeções de silicone, implantes de próteses, transfixação por hastes metálicas, dentre outros. O radicalismo nessas modificações do corpo já tem produzido os mais bizarros resultados.

Zombie Rick' já gastou cerca de R$ 13 mil para alterar sua aparência. 'Quero parecer um cadáver em decomposição', conta.

Jovem canandense já gastou o equivalente a R$ 13 mil para se transformar, por meio de tatuagens, em um 'esqueleto vivo'. Em entrevista a uma revista britânica, 'Zombie Rick', como gosta de ser chamado, conta que quer reproduzir em seu próprio corpo a imagem de um cadáver em decomposição. Segundo ele, o trabalho de tatuagem está 50% completo.


“Eu sou uma pessoa diferente agora, e eu sinto que em vários sentidos, eu não sou um garoto comum na rua. Num sentido mais público, minhas tatuagens afirmam essa diferença. Elas visualmente me colocam separado das massas. Mesmo que tenham ganho popularidade nos últimos anos, tatuagens desse tamanho nunca vão ser mainstream” (in Klesse, op. Cit.: 20).

As afirmações de Giddens estão inseridas dentro da matriz de pensamento denominada por Foucault como a “hipótese repressiva”, segundo a qual corpos e sexualidades passaram durante séculos por constrangimentos sociais e morais, sendo o diferencial da modernidade (e, sobretudo, da contemporaneidade) a potencialidade libertária de movimentos sociais que buscam defender o direito individual de exercício da sexualidade e de construção do corpo desejado. Nesse sentido, poderíamos afirmar a body modification não-mainstream como parte desse processo. Assim, constituiria um movimento “libertário”, na medida em que negaria os padrões estéticos impostos pela moda, permitindo a seus adeptos um uso livre de seus corpos e de seus prazeres. Se realmente esse ideal se efetiva, marcadores sociais da diferença não fariam sentido aqui. Não haveria hierarquizações nesse universo, dentro do qual os indivíduos estariam livres para exercer sua sexualidade e para tomarem conta de seus próprios corpos.

Referências:

http://super.abril.com.br/ciencia/navalha-carne-445666.shtmlhttp://politicaandnegocios.blogspot.com/2008/11/modificao-do-corpo.htmlg1.globo.com/.../0,,MUL969855-6091,00-CONHECA+AS+CIRURGIAS+DE+MODIFICACAO+DO+CORPO+MAIS+BIZARR...http://www.aguaforte.com/osurbanitas3/camilobraz.html

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