Body Modification: As modificações corporais
quarta-feira, 18 de agosto de 2010
Mais adeptos ao bod-mod..
Este é Erik Sprague, um americano de 36 anos. Em 1999 ele abandonou o doutorado em filosofia para se dedicar à carreira de artista performático em tempo integral. Erik se transformou no Lizardman – O Homem-Lagarto.
Ele calcula já ter passado 700 dolorosas horas nas mãos dos tatuadores.
Outras marcas registradas do Homem Lagarto são os chifres de teflon implantados sob a pele das sobrancelhas, a língua partida e os dentes lixados. Lizardman é casado e cria quatro ferrets.
O neozelandês Lucky Diamond Rich entrou para o Livro dos Recordes como a pessoa mais tatuada do mundo.
Depois de centenas de tatoos feitas por artistas de várias partes do mundo, ele decidiu pintar o corpo todo de preto – incluindo lugares sensíveis, como as pálpebras, a pele entre os dedos e a genitália.
Agora ele está fazendo tatuagens brancas sobre o fundo preto. Lucky faz malabarismos com serra elétrica e engole espadas.
Quando Dennis Avner nasceu, em 27 de agosto de 1958, ainda era fácil ver que ele pertencia à espécie humana.
Dennis é descendente de índios huron e lakota, da América do Norte. Seu nome indígena é Stalking Cat (“felino caçador”). Um dia, ele foi se aconselhar com um velho chefe huron, que teria dito: “Siga os caminhos do tigre”.
Dennis levou as palavras do sábio ao pé da letra e, com 23 anos de idade, iniciou sua fantástica metamorfose.
O ex-técnico de sonares da Marinha americana e programador de computadores celebra seus 50 anos bem perto de seu objetivo: ser um cruzamento perfeito entre homem e felino, incorporando o que cada um tem de melhor.
A brasileira Elaine Davidson, que mora em Edimburgo, na Escócia, é a recordista mundial de piercings. Em maio de 2008, ela tinha nada menos que 5.920 deles espalhados pelo corpo.
Quando quebrou o recorde pela primeira vez, em maio de 2000, um representante do “Guinness, o Livro dos Recordes” constatou que ela tinha 462 piercinigs, sendo 192 no rosto.
Kala Kawai é conhecido como “o havaiano mutante”. O que mais impressiona nele são os chifres pontiagudos implantados na cabeça.
Diz a lenda que ele colocou os próprios piercings e partiu a língua ao meio com fio dental.
Esse rapaz atende pelo nome de Pauly Unstoppable (“Pauly Sem Parada”). Ele é britânico e tem 23 anos. Em entrevista à revista Bizarre, ele afirma ter colocado os primeiros piercings (na orelha) aos 7 anos de idade.
Aos 11, começou a pôr peças cada vez maiores na orelha. Nessa época perfurou o nariz com uma agulha de costura. Depois, sem utilizar equipamentos de hospital, fez cortes no próprio pênis.
Mas Pauly sobreviveu a isso e a um atropelamento, três paradas cardíacas, tiros, quedas facadas, overdoses e uma tentativa de queima-lo vivo numa briga.
Ele pretende reproduzir em seu próprio corpo a imagem de um cadáver em decomposição.
Segundo o 'zumbi' canadense, o trabalho de tatuagem está 50% completo.
fonte:http://g1.globo.com/Noticias/PlanetaBizarro/0,,MUL737296-6091,00-ADEPTOS+DO+BODY+MODIFICATION+LEVAM+O+PROPRIO+CORPO+AO+LIMITE+DA+TRANSFORMAC.html
segunda-feira, 16 de agosto de 2010
A história da Body Modification
Body Modification é resumindo, a arte de modificar o corpo da maneira que quiser, sendo ela feita com piercings largos, tatuagens sem tinta (scarification), mudança de cor dos olhos, enxertos de pele, silicone e outros materiais, tatuagens por todo o corpo, línguas bifurcadas, dentes lixados…
A body modification é vista como uma arte para alguns e coisa de outro mundo para outros. Controvérsias à parte, é uma nova manifestação cultural e artística que vem ganhando mais adeptos dia após dia.
A body modification começou há muitos anos, criou-se a suspensão na Índia, a arte de tatuar na Oceania, perfurações na Ásia e escarificações na África. Tais costumes tribais foram descobertos por marinheiros europeus no séc. XVI, mais se obtinha uma imagem ruim sobre a arte, pois, eram vistos como marginais.
Na década de 60, a tatuagem ganha espaço na cultura oriental e passam a ser mais populares. Já as perfurações, como o piercing, só vieram dez anos depois, trazidos pelos punks.
Em 90, a body modification passa por várias fases consideradas extremas nas modalidades já conhecidas, do tipo castração, alargamento anal, anulação feminina (tampar a vagina com enxertos de pele de forma que a mulher só a use para urinar), bifurcação peniana, entre outras modificações.
Body Modification e o Estigma
Autores descreveram o estigma como uma construção social associado ao reconhecimento de uma diferença, com base em uma característica específica, que é utilizada para desvalorizar a pessoa que o possui (Dovido, Major, e Crocker, 2000). Essas definições compartilham a idéia de que o estigma é a avaliação negativa de uma diferença específica que possa estar associada a uma pessoa.
Um dos conceitos amplamente reconhecido sobre o assunto foi desenvolvido pelo sociólogo Erving Goffman (1963). Ele definiu estigma como um atributo desonroso, o que poderia levar uma pessoa a ser considerada quase desumana.
O corpo desempenha um papel central nos tipos de estigma de Goffman, o qual identificou que o mais óbvio, são provavelmente as abominações do corpo em que as deformações em particular, ou a falta de partes do corpo provocam atitudes estigmatizantes.
Estigmas também evocam o corpo quando eles servem como identificadores de membros de um grupo particular. Isso ocorre através da cor da pele, tatuagens, body modification ou outros tipos de marcas.
Este conceito de estigma se relaciona bem com o Body Modification, porque é encarado pela maioria da sociedade como uma abominação corporal, gerando assim preconceitos. Podemos dizer que o Body Modification está dentro dos conceitos de Goffman sobre o que é um estigmatizado desacreditado, pois este tipo de estigmatizado seria aquele em que o seu problema ou defeito, está visível para os outros, gerando assim, na maioria dos casos, a rejeição imediata deste indivíduo e a sua total anulação. O indivíduo fica totalmente resumido àquele problema ou defeito e as outras pessoas só veem o indivíduo com o determinado estigma, esquecendo de vê-lo como um todo; esquecem que este também tem outros atributos.
Também podemos relacionar com o conceito de estereótipo, que é aquele em que a sociedade determina como devemos nos vestir, falar, nos comportar. Assim, os adeptos do Body Modification, fogem deste estereótipo, gerando também o preconceito das pessoas na sociedade.
Abominação do corpo relacionado ao Body Modification
Diariamente somos bombardeados pelos veículos de comunicação sobre como manter nossos corpos em forma. Revistas de saúde, beleza, outdoors passam mensagens a toda hora de como deve ser o corpo perfeito e como devemos cuidar de nosso corpo.
Esse processo constrói um padrão de corpo que é tido como norma. Quem é diferente se torna alvo de um estigma negativo e tem que se ajustar ao padrão para ser aceito na sociedade.
Lidar com o estigma é uma tarefa diária para muitos que possuem o corpo extremamente modificado. São julgados até quando realizam atividades corriqueiras, como, andar de ônibus, passear no parque ou passear no shopping. Para esses sujeitos só restam duas opções: Se acostumar e ignorar ou se deprimir ao se deparar com situações desse tipo.
Por se dispor a passar por processos dolorosos com o uso de bisturis, agulhas ou ferro quente, esses indivíduos são tidos como loucos, masoquistas ou indisciplinados.
Um dos motivos que fazem as modificações corporais serem ligadas a fatores negativos se deve a história na cultura ocidental, pois era usada principalmente nos setores marginais da sociedade, como os marinheiros, presidiários e meretrizes. Esse passado faz com que as body modification sejam carregados de um caráter marginal que ainda persiste nos dias atuais influenciando o julgamento de pessoas em relação aos indivíduos modificados.
O Corpo como uma entidade social, estabelece limites para determinados tipos de estigmas. As abominações do corpo foram caracterizadas como deformações físicas ou desvios de uma norma social, que é particularmente importante para compreender a estigmatização do Body modification.
Goffman (1963) salientou a importância da visibilidade do atributo estigmatizante, a sua dimensão corporal. Segundo ele, as pessoas cuja marca é estigmatizante claramente visível será desacreditado por outros.
Fontes:www.lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/24916/000750297.pdf?...1
http://www.nova.edu/ssss/QR/QR10-1/varas%20diaz.pdf
www.nova.edu/ssss/QR/QR10-1/varas%20diaz.pdf
O que está por trás da Body Modification?
Pode-se considerar o corpo humano como resultante da interseção entre a biologia e a cultura. Todas as sociedades têm seus padrões sobre o que é belo e o que é feio, atraente ou não, símbolo de status ou estigmatização. Na sociedade ocidental contemporânea isso tem chegado a um ponto de gerar certa obsessão em busca do corpo "perfeito" ou forma de expressão.
A Indústria da beleza vai muito bem. As pessoas estão cada vez mais buscando produtos ou fórmulas milagrosas para ficarem "bonitas", magras, "saradas". O padrão que é exibido na mídia, através de artistas, modelos, é desejado por muitos.
O corpo também é usado como forma de expressão. A tatuagem, que antes era marginalizada, virou obra artística, adereço cultural. Também é comum o uso de piercings ou de modificações físicas (como o "body modification") e de vestuário para traduzir as características de determinada tribo urbana.
Também são efetuadas body modifications com o objetivo de externar as vontades, e muitas vezes nublar o seu verdadeiro eu perante seu grupo social e explicitar um ideal muitas vezes idílico, através de uma representação que distorce a realidade. Tudo isso é causado pela segregação social que a sociedade impõe aos considerados grupos menores e/ou que não seguem as regras de condutas pré estabelecidas. Isso contribui para o surgimento de patologias clínicas que destroem o mimetismo natural dos grupos e criam inividuos com anorexia, bulimia, distimias e depressões, conforme salienta Francisco Ortega (in: Das utopias sociais as utopias corporais: identidades somáticas e marcas corporais.
Com o Body Modification não está em jogo apenas o corpo físico, o organismo do indivíduo. Este corpo traz a marca de sua alma, de sua história e de sua relação com o outro. Não se trata do organismo do indivíduo, mas da utilização de seu corpo como instrumento para a constituição de uma subjetividade.
O que leva a pessoa a fazer esse tipo de modificação corporal?
Em inglês: body modification. Consiste de uma, várias ou muitas alterações feitas deliberadamente no corpo, em caráter permanente ou semi-permanente. São praticadas por razões não médicas, tais como rito de passagem, finalidade estética, manifestação artística, costume tribal, filiação religiosa, forma de auto-expressão etc. As técnicas utilizadas pelos body mods (adeptos dessas modificações) variam de processos que são socialmente aceitáveis, como a tatuagem e a colocação de piercings, até aqueles que deveriam constar de um manual de torturas: amputações, mutilações, queimaduras, escarificações, injeções de silicone, implantes de próteses, transfixação por hastes metálicas, dentre outros. O radicalismo nessas modificações do corpo já tem produzido os mais bizarros resultados.
Jovem canandense já gastou o equivalente a R$ 13 mil para se transformar, por meio de tatuagens, em um 'esqueleto vivo'. Em entrevista a uma revista britânica, 'Zombie Rick', como gosta de ser chamado, conta que quer reproduzir em seu próprio corpo a imagem de um cadáver em decomposição. Segundo ele, o trabalho de tatuagem está 50% completo.
As afirmações de Giddens estão inseridas dentro da matriz de pensamento denominada por Foucault como a “hipótese repressiva”, segundo a qual corpos e sexualidades passaram durante séculos por constrangimentos sociais e morais, sendo o diferencial da modernidade (e, sobretudo, da contemporaneidade) a potencialidade libertária de movimentos sociais que buscam defender o direito individual de exercício da sexualidade e de construção do corpo desejado. Nesse sentido, poderíamos afirmar a body modification não-mainstream como parte desse processo. Assim, constituiria um movimento “libertário”, na medida em que negaria os padrões estéticos impostos pela moda, permitindo a seus adeptos um uso livre de seus corpos e de seus prazeres. Se realmente esse ideal se efetiva, marcadores sociais da diferença não fariam sentido aqui. Não haveria hierarquizações nesse universo, dentro do qual os indivíduos estariam livres para exercer sua sexualidade e para tomarem conta de seus próprios corpos.
Referências:
http://super.abril.com.br/ciencia/navalha-carne-445666.shtmlhttp://politicaandnegocios.blogspot.com/2008/11/modificao-do-corpo.htmlg1.globo.com/.../0,,MUL969855-6091,00-CONHECA+AS+CIRURGIAS+DE+MODIFICACAO+DO+CORPO+MAIS+BIZARR... –http://www.aguaforte.com/osurbanitas3/camilobraz.html
Afinal, o que é body modification?!
Na América moderna, estes procedimentos são comumente classificados em duas categorias: Mainstream (que inclui cirurgia plástica e cosmética, alterofilismo, pintar o cabelo, pintar as unhas e depilação) e Non-Mainstream(que inclui body piercing, tatuagem, implantes subcutâneos, e vários métodos de propositalmente criar cicatrizes no corpo em padrões ou desenhos chamado “scarification”).
Existem sete tipos de transformações corporais:
1. Escarificação –Cortes de bisturis com o intuito de formar uma cicatriz de acordo com o desenho desejado pela pessoa.
3. Bifurcação da língua (Tong Split) – Cirurgia que divide a língua em duas partes. Em alguns casos dá até para mexer as duas partes separadamente.
4. Implantes subcutâneos – O body moder implanta um objeto (de silicone, osso, de aço, etc...) sob a pele, formando um alto-relevo.
5. Pocket – O pocket é como se fosse um piercing. Porém, a diferença é que a haste fica para fora, e as pontas ficam subcutâneas (dentro da pele). Pode ser feito no braço, na nuca, no tórax e no umbigo, dependendo da vontade de quem se interessa em fazer.
6. Implante transdermal –Implante de aço cirúrgico (pode ser implante de bolinhas também) entre a gordura da pele e o músculo, onde metade do objeto fica exposto e metade fica para dentro da pele. Também pode ser feito em diversas partes do corpo, dependendo da vontade de quem se interessa em fazer.
7. Surface –O objeto implantado é como se fosse uma "trave ao contrário", onde as pontas ficam para fora da pele e a haste fica subcutânea,dentro da pele.
*Alguns body moders (especialistas em body modification) consideram o piercing (que pode ser feito desde o jeito mais comum, como no umbigo, até nos órgãos genitais) também como uma body transformation.